«Vivemos num mundo em que o empobrecimento cresce em todas as sociedades, mesmo as mais ricas; um mundo onde triunfam as desigualdades entre os homens e as mulheres, entre os países do Norte e do Sul, onde os jovens e os mais idosos, entre as cidades e o campo, um mundo que consome o laço entre os humanos e a natureza.…
Mas vivemos também num mundo em que por todo o lado surgem iniciativas, projectos, movimentos de cidadãos e cidadãs determinados a alterar a face do planeta, conciliando abertura ao mundo e satisfação local das necessidades.»[1]
A Animação Sociocultural
- instrumento nos processos de desenvolvimento
A Animação Sociocultural enquanto metodologia de intervenção social é uma prática inalienável do desenvolvimento comunitário. Um princípio basilar dos processos de Animação e desenvolvimento com a comunidade é a participação dos colectivos.
A Animação acontece nos métodos de desenvolvimento da comunidade através de um conjunto de iniciativas, desde que, haja o envolvimento activo e comprometido dos grupos sociais nas práticas de acção comunitária.
A Animação Comunitária encontra um campo fértil de actuação no fomento do associativismo, nas actividades de voluntariado e do trabalho juvenil, nas políticas de educação cívica e de pedagogia de consciência crítica, nas iniciativas que promovam a identidade comunitária nomeadamente, a promoção do património cultural e natural, símbolo vivo da cultural local.
A Animação direccionada para os processos de desenvolvimento local deve privilegiar novas formas de olhar a realidade na perspectiva das gentes, trabalhar com elas um conjunto de competências, valores e princípios desde as suas raízes culturais, no sentido da valorização da auto-estima e da cultura, elemento central da ideia de comunidade.
Animar o desenvolvimento comunitário é educar para os valores do “local”, sensibilizar para o papel que cada indivíduo pode cumprir para o bem comum. É sedimentar espaços de construção alternativos à realidade presente, enfim, é provocar a mudança social com a comunidade. As pessoas deverão assumir o protagonismo da acção comunitária, um processo difícil de se construir na sustentabilidade da participação, mas certamente, mais activo, consciente, democrático e libertador de preconceitos culturais e estigmas sociais associados ao território local.
O associativismo é um dos vectores de intervenção no território. Ele é escola de cidadania activa, espaço de Animação Sociocultural e de desenvolvimento de percursos de educação não formal, fomentador da democracia cultural. As colectividades locais deverão ser agentes da valorização e preservação da cultura popular e contribuintes da mudança social.
A Animação Comunitária tem que suster a sua acção num projecto de educação para o desenvolvimento, está entendida como forma de educar para o sentido cívico, para a formação de cidadãos conscientes e participantes no próprio processo de desenvolvimento. A educação para o desenvolvimento está direccionada para a provocação da mudança de mentalidades, atitudes e comportamentos do indivíduo e do grupo. A Animação enquanto método educativo tem que educar para a solidariedade, para a responsabilidade colectiva, para a auto-estima e valorização da cultura do território.
O Desenvolvimento Local/Comunitário
O desenvolvimento local é um processo de transformação da realidade sustentado na capacitação das pessoas para o exercício de uma cidadania activa e transformadora da vida individual e em comunidade. É de capital importância que os grupos não sejam meros utentes de serviços, mas, actores e autores das práticas de desenvolvimento local.
Este modelo de desenvolvimento caracteriza-se por um processo de melhoria das condições culturais, económicas, educativas e sociais das populações através de iniciativas de base comunitária, de valorização dos recursos humanos e materiais em ligação privilegiada com as populações locais e as instituições do território em zonas rurais ou urbanas, no litoral ou interior.
«(…) o Desenvolvimento deve ser um processo integrado, envolvendo as dimensões económica, social, cultural, ambiental e política, privilegiando para essa integração o trabalho a nível local, em meios desfavorecidos, actuação que não se esgota na componente económica do Desenvolvimento, incluindo também com destaque a educação para a auto-estima, a cidadania activa e a valorização da cultura local.»
Ezequiel Ander-Egg[2] sustenta a tese de que o “local” é o âmbito mais adequado para desenvolver programas de desenvolvimento da comunidade.
As organizações comunitárias fortalecem-se com os processos de desenvolvimento local protagonizados pelas acções territoriais dos movimentos sociais e das organizações não governamentais, que de alguma forma são um instrumento de pressão social.
Porque não há desenvolvimento, programas e projectos de Animação Sociocultural ou acção participada sem a célula social básica de uma sociedade – a comunidade – é preciso que compreendamos o conceito social de comunidade, unidade funcional e operativa da acção comunitária.
«Una comunidad es una agrupación o conjunto de personas que habitan un espacio geográfico delimitado y dilimitable, cuyos miembros tienen conciencia de pertenencia o de identificación com algún símbolo local y que interaccionan entre sí más intensamente que en otro contexto, operando en redes de comunicación, intereses y apoyo mutuo, con el prepósito de alcanzar determinados objectivos, satisfacer necesidades, resolver problemas o desempeñar funciones sociales relevantes a nivel local.»
Mas vivemos também num mundo em que por todo o lado surgem iniciativas, projectos, movimentos de cidadãos e cidadãs determinados a alterar a face do planeta, conciliando abertura ao mundo e satisfação local das necessidades.»[1]
A Animação Sociocultural
- instrumento nos processos de desenvolvimento
A Animação Sociocultural enquanto metodologia de intervenção social é uma prática inalienável do desenvolvimento comunitário. Um princípio basilar dos processos de Animação e desenvolvimento com a comunidade é a participação dos colectivos.
A Animação acontece nos métodos de desenvolvimento da comunidade através de um conjunto de iniciativas, desde que, haja o envolvimento activo e comprometido dos grupos sociais nas práticas de acção comunitária.
A Animação Comunitária encontra um campo fértil de actuação no fomento do associativismo, nas actividades de voluntariado e do trabalho juvenil, nas políticas de educação cívica e de pedagogia de consciência crítica, nas iniciativas que promovam a identidade comunitária nomeadamente, a promoção do património cultural e natural, símbolo vivo da cultural local.
A Animação direccionada para os processos de desenvolvimento local deve privilegiar novas formas de olhar a realidade na perspectiva das gentes, trabalhar com elas um conjunto de competências, valores e princípios desde as suas raízes culturais, no sentido da valorização da auto-estima e da cultura, elemento central da ideia de comunidade.
Animar o desenvolvimento comunitário é educar para os valores do “local”, sensibilizar para o papel que cada indivíduo pode cumprir para o bem comum. É sedimentar espaços de construção alternativos à realidade presente, enfim, é provocar a mudança social com a comunidade. As pessoas deverão assumir o protagonismo da acção comunitária, um processo difícil de se construir na sustentabilidade da participação, mas certamente, mais activo, consciente, democrático e libertador de preconceitos culturais e estigmas sociais associados ao território local.
O associativismo é um dos vectores de intervenção no território. Ele é escola de cidadania activa, espaço de Animação Sociocultural e de desenvolvimento de percursos de educação não formal, fomentador da democracia cultural. As colectividades locais deverão ser agentes da valorização e preservação da cultura popular e contribuintes da mudança social.
A Animação Comunitária tem que suster a sua acção num projecto de educação para o desenvolvimento, está entendida como forma de educar para o sentido cívico, para a formação de cidadãos conscientes e participantes no próprio processo de desenvolvimento. A educação para o desenvolvimento está direccionada para a provocação da mudança de mentalidades, atitudes e comportamentos do indivíduo e do grupo. A Animação enquanto método educativo tem que educar para a solidariedade, para a responsabilidade colectiva, para a auto-estima e valorização da cultura do território.
O Desenvolvimento Local/Comunitário
O desenvolvimento local é um processo de transformação da realidade sustentado na capacitação das pessoas para o exercício de uma cidadania activa e transformadora da vida individual e em comunidade. É de capital importância que os grupos não sejam meros utentes de serviços, mas, actores e autores das práticas de desenvolvimento local.
Este modelo de desenvolvimento caracteriza-se por um processo de melhoria das condições culturais, económicas, educativas e sociais das populações através de iniciativas de base comunitária, de valorização dos recursos humanos e materiais em ligação privilegiada com as populações locais e as instituições do território em zonas rurais ou urbanas, no litoral ou interior.
«(…) o Desenvolvimento deve ser um processo integrado, envolvendo as dimensões económica, social, cultural, ambiental e política, privilegiando para essa integração o trabalho a nível local, em meios desfavorecidos, actuação que não se esgota na componente económica do Desenvolvimento, incluindo também com destaque a educação para a auto-estima, a cidadania activa e a valorização da cultura local.»
Ezequiel Ander-Egg[2] sustenta a tese de que o “local” é o âmbito mais adequado para desenvolver programas de desenvolvimento da comunidade.
As organizações comunitárias fortalecem-se com os processos de desenvolvimento local protagonizados pelas acções territoriais dos movimentos sociais e das organizações não governamentais, que de alguma forma são um instrumento de pressão social.
Porque não há desenvolvimento, programas e projectos de Animação Sociocultural ou acção participada sem a célula social básica de uma sociedade – a comunidade – é preciso que compreendamos o conceito social de comunidade, unidade funcional e operativa da acção comunitária.
«Una comunidad es una agrupación o conjunto de personas que habitan un espacio geográfico delimitado y dilimitable, cuyos miembros tienen conciencia de pertenencia o de identificación com algún símbolo local y que interaccionan entre sí más intensamente que en otro contexto, operando en redes de comunicación, intereses y apoyo mutuo, con el prepósito de alcanzar determinados objectivos, satisfacer necesidades, resolver problemas o desempeñar funciones sociales relevantes a nivel local.»
Nunes Viveiros, Albino Luís; (2008); O Desenvolvimento Local e a Animação Sociocultural. Uma comunhão de princípios; en http:quadernsanimacio.net; nº 8; JULIO de 2008; ISNN 1698-4044
[1] Excerto da Declaração Final dos Encontros Mundiais do Desenvolvimento Local de
Sherbrooke (Canadá) de Outubro de 1998, transcrito pela ANIMAR em Teses de Amarante.
Desenvolvimento Local – Uma oportunidade de Futuro!
Sherbrooke (Canadá) de Outubro de 1998, transcrito pela ANIMAR em Teses de Amarante.
Desenvolvimento Local – Uma oportunidade de Futuro!
[2] Ezequiel Ander-Egg, Accion municipal, desarrollo local, trabajo comunitario